domingo, novembro 19, 2006



Hoje acordei perdida de mim...
Aquela que eu conhecia tão bem
Cheia de certezas
Cheia de verdades
Cheia de histórias de vida

Acordei sem me reconhecer no espelho
e sem me encontrar em meu corpo
Cheia de dúvidas
Cheia de incertezas
Cheia de perguntas sobre o que se é diante desse universo

Tomada de medo
Senti meus pavores
Minhas raivas
Meus caminhos tortuosos
Meus delírios
Ilusões
E descobri,


Desapareceram ...


Ou melhor
Estão se tornado algo novo dentro de mim
Em uma Alquimia totalmente sensitiva e ainda não compreendida


Olhos de águia começam a se formar
Com um olhar esverdeado, de dias de sol
Uma precisão de quem fica horas a olhar a chama da vela
Uma fome de quem vê e sente o cheiro do desejo da vida de muito longe
E se joga para
Se saciar

Aquela mulher que conhecia morreu
Não adianta rezar um terço por ela
Não adianta me arrastar procurando – a
Ou mesmo voltar a me perder
O passado se transformou com o fogo criado para a modificação
Criado para um novo ciclo
Dentro de infinitos ciclos diários


Acordei ....Repleta de dúvidas,
Mas sem medo algum do que está sendo transaformado,


“ Pelo o que me diz respeito
Eu sou feita de dúvidas
O que é torto o que é direito
Diante da vida
O que é tido como certo, duvido
Sou fraca, safada, sofrida
E não minto para mim

Vou montada no meu medo
E mesmo que eu caia
Sou cobaia de mim mesma
No amor e na raiva

Vira e mexe me complico
Reciclo, to farta, to forte, to viva
E só morro no fim
Lá do alto do telhado pula quem quiser
Só o gato que é gaiato
Cai de pé

E para quem anda nos trilhos cuidado com o trem
Eu por mim já descarrilho
E não atendo a ninguém
Só me rendo pelo brilho de quem vaia fundo
E mergulha com tudo
Pra dentro de si
... “

Gato Gaiato ( Jean Garfunkel / Paulo Grafunkel / Prata )
Foto: Pya Lima

3 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Lindo, lindo !
S.D.

22 novembro, 2006  
Blogger Maul said...

Parece ser o conhecimento contraditório, desesperado e pacificador. Coisa feia a pele da lagarta, no aguaardo das cores nas asas de quem ela ainda não é, ou é?
Retribuo este seu afago de transmutação com palavras da Alice Ruiz:

olhar o mesmo olho
com outros olhos

em outro olhar
o mesmo olho

nos mesmos olhos
o olhar do outro
de olho

16 dezembro, 2006  
Blogger liz said...

Silêncio avassalador....
Querida e insubstituível amiga..
bjs

23 julho, 2008  

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