segunda-feira, fevereiro 18, 2008

O Tempo e o Esquecimento




“ O Tempo é como um Rio onde Banhei os Cabelos de minha Amada ....
Como não volta aquela antiga Madrugada “




Dentro da contínua movimentação do tempo, onde não percebemos as modificações sutis,
Meus olhos ficaram frente a frente, em um instante de séculos, do que se tornou, os olhos parados e sem desejos que encontrei em uma manhã de segunda feira.
Apavorada diante da visão deste nada,
Que gritava
Voltei desesperadamente para mim
Uma parte da minha vida está sendo consumida e esquecida momento a momento
Só existindo dentro da minha memória
Não tenho poderes ou direitos para impedir o crescimento deste não tempo,
deste não passado,
deste final de sofrimento
Assisto
Somente isso
Assisto
Dolorida e já saudosa do que só eu guardo
45 anos juntas
Encontros e muitos desencontros
Amor e ódio se digladiando
Palavras ríspidas e palavras de preocupação
Movimentos contidos e movimentos de acolhimento
É como um final de tarde
Onde não se consegue ver direito
Os olhos ficam embaçados e as certezas desaparecem
Pela não nitidez
Eu espero que, diferentemente, quando eu for mudar para outro nível de tempo e espaço possa levar comigo todas as lembranças
As que me fizeram muito feliz e as que me fizeram completamente descrente na razão de se viver
Minha vida continua
Porque assim o desejei
E respeito e honro sua escolha de ir em uma Aurora Boreal

Meu coração é eternamente seu ....


Musica de Caetano Velloso
Imagem de Caravaggio
- texto escrito para minha Mãe

8 Comments:

Anonymous Anônimo said...

O que tua alma confessa...

Eu te fito calada em meio ao torpor da impotência...
Te amo...cada dia mais
- e sempre –

18 fevereiro, 2008  
Anonymous Anônimo said...

Rita minha amiga que tanto admiro e amo o que dizer diante de uma expressao tao nobre e corajosa como esta que li?

Emocionada , muito te digo que estou aqui com vc , sabe disso, bem perto de seu coraçao!!!!

Eliza Serra

19 fevereiro, 2008  
Blogger amarnempensar said...

Oi Rita..Muito lindo seu escrito.Parabéns.Beijos Cibele

19 fevereiro, 2008  
Blogger Escritora Tânia Barros said...

Aqui estou, Rita!

Seu texto tem algo do Duplo que de diversas formas nos contemplam,e vice-versa, com ou sem nitidez, estamos volta e meia nos deparando com nós mesmos. Muto legal o texto.

abraço
Tãnia Barros

19 fevereiro, 2008  
Anonymous Anônimo said...

vim reler.....afffffffffffffff


Eliza Serra

21 fevereiro, 2008  
Blogger Vida said...

Rita
Seus escritos muito falam comigo, é como se conseguisse sentir a sua alma... admiro-lhe cada vez mais.
Saiba que, mesmo distante, tem uma pessoa que lhe admira muito e torce muito por você
amo sua vida
beijos

Meyre

28 março, 2008  
Blogger Eduardo Barrox said...

eita!

03 maio, 2008  
Blogger liz said...

Escolho ficar aqui, em silêncio porque me sinto segura...
te amo e pra sempre...

23 julho, 2008  

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